quarta-feira, 31 de julho de 2013


" O sol parecia uma enorme moeda de cinquenta centavos que alguém tivesse banhado em querosene e tocado fogo com um fósforo e pedido, "Segure isto enquanto vou comprar um jornal", e posto a moeda em minha mão e nunca mais voltado.
Eu tinha andado quilômetros e quilômetros até chegar à pedra debaixo da árvore e sentar nela. Toda vez que passava um carro, o que acontecia mais ou menos de dez em dez minutos, eu me levantava e erguia o polegar como se fosse um cacho de bananas, e me sentava de novo."
                                                 Richard Brautigan - Pescar Truta Na América


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cowboys Cósmicos 


The Corvettes - Beware Of Time (feat. Chris Darrow)



Chris Darrow foi um prolífico multi-instrumentista de Los Angeles com atuações esplendorosas nos Kaleidoscope e nos primeiros anos do Nitty Gritty Dirt Band, além de contribuições esporádicas em vários outros combos californianos.

Em 1969, com ajuda de Jeff Hanna – seu chapa nos Nitty Gritty – e John London, criou The Corvettes. Tiveram  ainda em seu line up John Ware e Bernie Leadon, antes desse último se picar para os Flying Burritos Brothers. Em sua curta trajetória foram a primeira banda de apoio de Linda Ronstadt quando a singer deixou os Stone Poneys e se aventurou em carreira solo. Tão brilhante quanto fugaz, duraram poucos meses e gravaram apenas dois singles para o selo Dot com produção de Michael Nesmith.

Abaixo a sublime Beware Of Time – que depois recebeu um verniz e entrou no repertório do primeiro álbum solo de Darrow, o indispensável Artist Proof de 1972 - aqui com interpretação visceral dos  Corvettes é possível sentir-se no meio dos vapores do Ash Grove ou do Troubadour, e a memorável homenagem dos Chatham County Line em sua Electric Holiday Tour de 2010 com participação especialíssima de Johnny Irion.





domingo, 28 de julho de 2013

Rockin' Horse - Yes It Is (1970)



Jimmy Campbell e Billy Kinsley desenvolveram suas aptidões musicais na cena Merseybeat de Liverpool dos 60s. A concorrência não era nada fácil mas sobreviveram com méritos. Com incursão na soft psicodelia nos The 23rd Turnoff e tendo ainda gravado 3 belíssimos álbuns solo entre 1969 e 1972 repletos de folk songs sensíveis e delicadas - e que merecem audições cuidadosas - Campbell é uma talento a ser descoberto. O disco aqui em questão é Yes It Is dos Rockin’ Horse, um dos mais bem guardados tesouros da década de setenta, parceria de Campbell e Kinsley que ganhou uma edição classuda da gravadora Rev Ola com faixas adicionais e booklet com fotos raras e preciosas notas informativas. 

O clima do álbum trafega num universo de melodias arrebatadoras e respira Beatles por todos os poros. Yes It Is foi moldado na mesma têmpera de grandes clássicos do power pop e encontra seu pares em artesãos como Emitt Rhodes e  Pete Ham. Toda a essência e  sutileza em canções apaixonantes e de uma beleza de cortar a alma.




segunda-feira, 22 de julho de 2013

The See See - Folk Rock Psicodélico Com Muita Classe




The See See é uma banda que emergiu das cinzas dos londrinos The Eighteen Day Of May quando Richard Olson deixou de emular Richard Thompson e outros baluartes do   Uk Folk e foi buscar inspiração nas velhas bandas west coast – Byrds, Buffalo Springfield, por aí... Com 2 álbuns e alguns singles na bagagem, desde 2008 vem nos proporcionando poderosas doses de folk rock e psicodelismo da mais alta estirpe.

Abaixo os vídeos de Keep Your Hand com direção e animação de Michael Eaton e explícita reverência à concepção gráfica de Heiz Edelmann para Yellow Submarine, e Open Up Your Door que nos remete diretamente para os sulcos de Notorious Byrds Brothers  ou para algum show dos Flying Burritos no Avalon Ballrom em seus dias de glória.






domingo, 21 de julho de 2013

My Back Pages 




“Crimson flames tied through my ears
Rollin' high and mighty traps
Pounced with fire on flaming roads
Using ideas as my maps
"We'll meet on edges, soon," said I
Proud 'neath heated brow.
Ah, but I was so much older then,
I'm younger than that now.”


Bob Dylan trancou-se num quarto de pensão e escreveu a canção em uma noite. Gravada numa madrugada fria de 1964, My Back Pages estabelece de maneira absolutamente excepcional a ruptura com as certezas da juventude e a recusa em ser o que as pessoas imaginam a seu respeito.

Em 1967 a canção recebeu novas matizes de cores na regravação dos Byrds para o álbum Younger Than Yesterday. Melodia perfeita, guitarras luminosas e irresistíveis harmonias vocais elevam My Back Pages à categoria suprema de arte.