segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Folk Rock Heaven

Steve Ellis And The Starfires



Steve Ellis foi um talento em estado bruto de Pipestone, Minnesota. Com  passagens relâmpago por The Squires e The Sabres, encontrou definitivamente seus "Starfires” em meados dos 60s, suporte ideal para forjar suas preciosas gemas musicais moldadas com perfeitas harmonias vocais e irresistíveis guitarras jingle jangle.




Entre 1966 e 67 gravaram alguns singles no estúdio IGL em Milford, Iowa, que depois foram reunidos no LP Songbook, lançado como um tributo poucas semanas após sofrer um acidente fatal com sua motocicleta envenenada, no dia 31 de agosto de 1967, aos 23 anos, eternizando sua aura cult e fechando um dos capítulos mais trágicos e obscuros das garagens sixties.








terça-feira, 19 de novembro de 2013

John Paul Keith – Memphis Circa 3AM [2013]


John Paul Keith sempre me deixa de orelhas em pé. O cara segue enfileirando um disco melhor que o outro. Em seu terceiro álbum solo recrutou o lendário produtor Roland Janes – engenheiro de som e guitarrista de longa da data da Sun Records, sideman de Jerry Lee Lewis, Billy Lee Riley, Charlie Rich, e todo aquele universo insurgente que ajudou a inventar o rock and roll como conhecemos hoje. Memphis Circa 3 AM está impregnado com as tintas do country, do rockabilly, do R&B - evocando a energia crua e vital protagonizada no mítico estúdio, explodindo em sentimentos de um Roy Orbison dos dias atuais. É rock and roll puro, de uma fluidez impressionante e de uma honestidade à queima roupa.



 John Paul Keith ainda editou recentemente um Ep do Motel Mirrors, seu projeto paralelo com a baixista Amy LaVere mais orientado ao country e que reverencia os clássicos duetos do gênero. 






John Paul Keith & Roland Janes








domingo, 3 de novembro de 2013

Cowboys Cósmicos

Daniel Romano – Come Cry With Me (2013)




Quando Daniel Romano, metido num terno nudie suit em pleno 2013 convida você para chorar, ele não está brincando.

Em seu terceiro álbum solo o canadense atualiza o legado de histórias de desolação onde George Jones o deixou, cantando de forma arrastada sobre felicidade, tristeza e separação. Há muito da última e pouco da primeira. Está enraizado na tradição outlaw de quem teve uma vida de excessos e longas jornadas fora de casa, convivendo com personagens desajustados e percorrendo estradas vazias que morrem na linha do horizonte. Seus versos carregados de tensão são acompanhados de um implacável pedal steel – brilhantemente tocado por Aaron Goldstein – que tanto dá o tom honky tonk das canções quanto as encharca de melancolia.

Estamos num bar de beira de estrada mal iluminado, frequentado por caminhoneiros e mulheres em busca de sexo, álcool e alguns trocados. É quase possível ouvir o chão de madeira rangendo e o barulho dos copos. No nervo de sua banda The Trilliums, os duetos com Misha Bower são totalmente saídos do repertório de Gram Parsons & Emmylou Harris nos anos 70. O som de Bakersfield come solto.

No final da noite um pouco enturvado e que se prolonga com vários últimos copos, o salão vazio enquanto alguém levanta as cadeiras e limpa o chão. Todos os arquétipos da tristeza na hora de fechar o bar. Romano introduz as primeiras notas de A New Love e a angústia volta com toda sua força. O sangue pulsando forte através das veias de um coração partido em mil pedaços. Uma sensação de desespero e sonhos desfeitos. Aqueles motivos que levam homens à loucura.
















quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Arqueologia PowerPop

Athanor - Flashback


Athanor surgiu em Chicago no início da década de 1970 idealizado por Gregg Herriges e Rick Vitterson, dois jovens que transitavam pelas inúmeras garage bands locais e nutriam uma paixão incondicional pelos Beatles. Com ajuda de competentes músicos de estúdio gravaram três singles entre os anos de 1973 e 1975 que passaram completamente despercebidos na época.

Esses artefatos e mais algumas canções que nunca haviam sido lançadas anteriormente foram reunidos pela gravadora espanhola Guerssen no álbum Flashback editado no início de 2013. Herriges e Vitterson conhecem todos os atalhos para chegar à canção perfeita. São ourives de gemas pop atemporais e faiscantes, sempre com o brilho inconfundível de uma Rickenbacker.



terça-feira, 8 de outubro de 2013


"Ontem à noite dirigi um carro
sem saber como guiar
sem mesmo ter um carro
dirigi e derrubei tudo que encontrava
pessoas que eu amava
... a 120 na estrada

parei na próxima cidade
e dormi no banco traseiro
... excitado com minha nova vida."

                                       Gregory Corso


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Mississippi John Hurt



Avalon-Mississippi, 1928. Sentado numa cadeira de balanço no alpendre de sua casa, um homem negro refletido pelos esparsos raios de sol que escapam das copas das árvores dedilha seu velho violão. As notas ecoam suaves com a brisa da tarde. Sua voz é doce e emana uma ternura infinita. Um mergulho pleno de paz nas profundezas da alma humana.

O homem que toca seu violão é John Smith Hurt, nascido no vilarejo de Teoc - presumivelmente - no dia  08 de março de 1892, e que logo fixou residência em Avalon onde passou quase toda a vida trabalhando nos campos da região. Esse isolamento permitiu que desenvolvesse um estilo de musica essencialmente rural - uma nova percepção de gama intensa da musica folk da qual o blues representava só uma parte. Em seu repertório havia também spirituals, cantos de trabalho e antigas baladas populares. Tudo tão natural que não existe outro caminho senão autenticidade.

Por recomendação de seus vizinhos Willie Narmour e Shell Smith que já eram artistas de relativo sucesso na região e davam seus primeiros passos no âmbito fonográfico, conseguiu gravar algumas canções para a OKEH Records. Foram duas sessões de gravação - em Memphis e Nova York - mas as vendas ficaram muito abaixo do esperado. Logo retornou ao seu antigo estilo de vida e esvaeceu-se na escuridão.

Ficou esquecido por longos 35 anos. Somente com a explosão da musica folk no início da década de 1960 foi redescoberto pelo pesquisador Tom Hoskins que o encontrou depois de ouvir a canção Avalon Blues e perceber que a letra falava dessa localidade no Mississippi. Incapaz de localizar Avalon nos mapas da época, Hoskins buscou em mapas antigos e acabou por encontrá-la em uma atlas de 1878, perdida entre Greenwood e Grenada.

John Hurt continuava tocando a mesma música revelando que não tinha mudado absolutamente nada em seu estilo nem perdido sua destreza. Jamais perseguiu o sucesso, gostava mesmo era de tocar com os amigos e nas festas de seu povoado, mas diante do interesse repentino dos jovens e da insistência de Hopkins foi convencido a reiniciar sua carreira musical.

Nesse mesmo ano foi uma das atrações do Newport Folk Festival onde foi apresentado como lenda viva para uma plateia intoxicada de emoção. Gravou sessões para a Biblioteca do Congresso e alguns álbuns para a Vanguard Records. Tocou em cafés, universidades e participou de diversos festivais viajando incansavelmente por todo o país. Foram três anos consagradores e de intensa atividade artística até seu falecimento em 2 de novembro de 1966.

Sua música é um refúgio de tranquilidade repleta de sutilezas. 
Como o entardecer em Avalon.
Tão notável ontem como hoje. Sublime, sempre.




sexta-feira, 20 de setembro de 2013

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Dylanesques

Dick Campbell - Sings Where Its At (1965)



" No estúdio A da Columbia Records, em 15 de julho de 1965, o cantor está tentando encontrar sua canção, dedilhando notas no piano. A sensação é de júbilo quando ele começa a cantar. Sua voz soa como se tivesse acabado de encolher três números depois de voltar da lavanderia. Ele arranca algumas notas aleatórias de sua gaita. O ritmo três por quatro é penoso, esmagado a já arriada melodia até ela se estatelar no chão. O organista força sua entrada na música, como um espectador de um acidente, decidido a fazer alguma coisa para ajudar, por mais inútil que isso seja. Dylan descobriu a música folk, a velha música country e os velhos blues – e descobriu que, em termos de canção e história, não havia uma linha mais multiforme riscada na nação que a traçada pela Highway 61. A história se fizera naquela estrada em tempos passados, e história se faria ali nos tempos futuros."
                                                                     Greil Marcus – no livro Like A Rolling Stone



Em 1965 Bob Dylan estava no auge de sua forma criativa. Foi em julho desse ano que assombrou os puristas empunhando uma guitarra elétrica no festival de Newport. Nesse mesmo ano gravou um par de álbuns seminais que iriam nortear irremediavelmente boa parte da produção musical nos anos seguintes.

Dick Campbell era um obscuro cantor folk que vagava pelos bares de Monroe e havia gravado alguns singles sem nenhum sucesso. Numa tentativa desesperada da gravadora Mercury de encontrar um novo Bob Dylan foi recrutado pelo produtor Lou Reizner para gravar um álbum que soasse parecido com os lançamentos recentes de Mr. Zimmerman. Parte dos músicos convocados para acompanhá-lo estava no palco com Dylan na mítica noite em Newport. O line up foi completado por integrantes do desconhecido grupo The Exceptions.

O resultado final pode ser interpretado como um exercício mal sucedido de oportunismo sem nenhum traço de autenticidade, e ainda revela Campbell como um decalque opaco a quilômetros de distância do modelo original. Em permanente luta com seus fantasmas algumas imperfeições fazem todo sentido, e ouvido com as devidas ressalvas o álbum tem seus méritos - um instrumental eficiente e por vezes afiadíssimo, com destaque para o órgão de Mark Naftalin, a harmônica de Paul Butterfield e a guitarra efusiva de Mike Bloomfield - que reproduz seus grandes momentos do álbum Highway 61 Revisited.

Campbell depois firmou parceria com Gary Usher e enveredou pelos caminhos mais doces do sunshine pop e na década seguinte se tornaria produtor de cinema abandonando definitivamente suas pretensões musicais.

Sings Where Its At, assim como muitos outros lançamentos de 1965, reverenciam a nova fase de Dylan e a improvável gênese do folk rock - pastiches ou legítimos herdeiros - dando palha para o surgimento eminente de novas paisagens sonoras. Os próximos capítulos seriam de cores saturadas, encharcadas de experimentalismo e ácido lisérgico, em seus anos mais inventivos e  revolucionários. 



sábado, 7 de setembro de 2013

Cowboys Cósmicos

Canções esquecidas no Lado B


Editada pela gravadora Not Lame em 2006 no raro e exclusivo cd bônus do tributo ao Buffalo Springfield, "My Cherokee" gravada pelo Maplewood é um folk rock ensolarado que lembra as melodias mais delicadas e intimistas de Richie Furay.


Inspirada releitura do clássico de Eric Andersen lançada no single By Your Side em 2001 pela Sub Pop, "Close The Door Lightly When You Go" é orientada pelo padrão Byrds de excepcional qualidade que sempre permeou a obra dos Beachwood Sparks.


domingo, 18 de agosto de 2013

Gene Clark - White Light Demos e Roadmaster


Gene Clark foi um singer-songwriter de carreira errática e canções apaixonantes. Outsider de aura cult, seu fraco sempre foi a bebida e as drogas que acabaram o levando muito cedo aos 46 anos.

Seus álbuns do inicio da década de 70 reúnem alguns dos melhores registros do gênero mas nunca tiveram um tratamento à altura de seu irrefutável talento, e em alguns casos foram soterrados por produções desastrosas.

Roadmaster de 1972 foi caso típico. Editado somente na Alemanha e Holanda, agrupava canções com alto teor de lirismo, melodias inesquecíveis e contava com músicos do quilate de Spooner Oldham, Clarence White, Byron Berline, Sneaky Pete Kleinow, Bernie Leadon, Rick Roberts, além dos companheiros de sua antiga banda - McGuinn, Hillman, Crosby, Clarke - os Byrds em sua formação original.

Após inacreditáveis 40 anos a gravadora Sundazed corrigiu parte dessa falta gravíssima e realizou um trabalho primoroso de reedição do álbum. Utilizando as fitas originais e tecnologias atuais de estúdio as canções ganharam mais brilho, consistência e  gravitam agora próximas à plenitude.
















White Light Demos são as sessões do que seria sua maior obra-prima, o álbum homônimo de 1971. Algumas dessas gemas já pipocavam há tempos em diversos boots e agora foram reunidas em um único pacote. Uma sucessão inevitável de futuros clássicos e toda sua simplicidade - apenas voz, violão e gaita. Polaroids folkies perfeitas para um esquecido final de tarde.








sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Vamos a Matar, Compañeros (1970) Sergio Corbucci 

Franco Nero


Sergio Corbucci foi um dos principais pilares do Spaguetti Western e se não teve a mesma notoriedade de Sergio Leone e sua trilogia dos dólares, sua cinematografia constitui uma etapa tão relevante quanto a de seu xará mais famoso.

Em 1966 já havia realizado o seminal Django  que fez enorme sucesso, rendeu inúmeras sequencias e consolidou o padrão Corbucci de direção com todas as suas idiossincrasias e genialidade.

Vamos a Matar Compañeros de 1970 é um de seus filmes mais políticos. Com fotografia de Alejandro Ulloa, música de Ennio Morricone e atuações memoráveis de Franco Nero, Tomas Millian, Jack Palance, Fernando Rey e Francisco Bódalo, se apropria do mote da revolução mexicana e aterroriza o vilarejo de San Bernardino desfilando seu inspirado repertório de situações absurdas e exageros de toda ordem. 


sábado, 3 de agosto de 2013

                    The Deep Dark Woods  
Tesouros perdidos nos porões da Big Pink



Liderados por Ryan Boldi – uma espécie de Robbie Robertson da atualidade – os canadenses do Deep Dark Woods possuem vincada matriz nos Basement Tapes de Bob Dylan & The Band e resgatam com maestria toda a tradição e as raízes mais profundas da música norte americana. Em seu painel sonoro coabitam o rock, o folk, o country, o blues, o gospel...

Na estrada desde 2005, já lançaram 4 álbuns e embora explicitamente influenciados por seus compatriotas do The Band suas canções vestem roupagens modernas e são executadas num perfeito estado de combinação dos ingredientes atrás referidos.









quarta-feira, 31 de julho de 2013


" O sol parecia uma enorme moeda de cinquenta centavos que alguém tivesse banhado em querosene e tocado fogo com um fósforo e pedido, "Segure isto enquanto vou comprar um jornal", e posto a moeda em minha mão e nunca mais voltado.
Eu tinha andado quilômetros e quilômetros até chegar à pedra debaixo da árvore e sentar nela. Toda vez que passava um carro, o que acontecia mais ou menos de dez em dez minutos, eu me levantava e erguia o polegar como se fosse um cacho de bananas, e me sentava de novo."
                                                 Richard Brautigan - Pescar Truta Na América


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cowboys Cósmicos 


The Corvettes - Beware Of Time (feat. Chris Darrow)



Chris Darrow foi um prolífico multi-instrumentista de Los Angeles com atuações esplendorosas nos Kaleidoscope e nos primeiros anos do Nitty Gritty Dirt Band, além de contribuições esporádicas em vários outros combos californianos.

Em 1969, com ajuda de Jeff Hanna – seu chapa nos Nitty Gritty – e John London, criou The Corvettes. Tiveram  ainda em seu line up John Ware e Bernie Leadon, antes desse último se picar para os Flying Burritos Brothers. Em sua curta trajetória foram a primeira banda de apoio de Linda Ronstadt quando a singer deixou os Stone Poneys e se aventurou em carreira solo. Tão brilhante quanto fugaz, duraram poucos meses e gravaram apenas dois singles para o selo Dot com produção de Michael Nesmith.

Abaixo a sublime Beware Of Time – que depois recebeu um verniz e entrou no repertório do primeiro álbum solo de Darrow, o indispensável Artist Proof de 1972 - aqui com interpretação visceral dos  Corvettes é possível sentir-se no meio dos vapores do Ash Grove ou do Troubadour, e a memorável homenagem dos Chatham County Line em sua Electric Holiday Tour de 2010 com participação especialíssima de Johnny Irion.





domingo, 28 de julho de 2013

Rockin' Horse - Yes It Is (1970)



Jimmy Campbell e Billy Kinsley desenvolveram suas aptidões musicais na cena Merseybeat de Liverpool dos 60s. A concorrência não era nada fácil mas sobreviveram com méritos. Com incursão na soft psicodelia nos The 23rd Turnoff e tendo ainda gravado 3 belíssimos álbuns solo entre 1969 e 1972 repletos de folk songs sensíveis e delicadas - e que merecem audições cuidadosas - Campbell é uma talento a ser descoberto. O disco aqui em questão é Yes It Is dos Rockin’ Horse, um dos mais bem guardados tesouros da década de setenta, parceria de Campbell e Kinsley que ganhou uma edição classuda da gravadora Rev Ola com faixas adicionais e booklet com fotos raras e preciosas notas informativas. 

O clima do álbum trafega num universo de melodias arrebatadoras e respira Beatles por todos os poros. Yes It Is foi moldado na mesma têmpera de grandes clássicos do power pop e encontra seu pares em artesãos como Emitt Rhodes e  Pete Ham. Toda a essência e  sutileza em canções apaixonantes e de uma beleza de cortar a alma.




segunda-feira, 22 de julho de 2013

The See See - Folk Rock Psicodélico Com Muita Classe




The See See é uma banda que emergiu das cinzas dos londrinos The Eighteen Day Of May quando Richard Olson deixou de emular Richard Thompson e outros baluartes do   Uk Folk e foi buscar inspiração nas velhas bandas west coast – Byrds, Buffalo Springfield, por aí... Com 2 álbuns e alguns singles na bagagem, desde 2008 vem nos proporcionando poderosas doses de folk rock e psicodelismo da mais alta estirpe.

Abaixo os vídeos de Keep Your Hand com direção e animação de Michael Eaton e explícita reverência à concepção gráfica de Heiz Edelmann para Yellow Submarine, e Open Up Your Door que nos remete diretamente para os sulcos de Notorious Byrds Brothers  ou para algum show dos Flying Burritos no Avalon Ballrom em seus dias de glória.






domingo, 21 de julho de 2013

My Back Pages 




“Crimson flames tied through my ears
Rollin' high and mighty traps
Pounced with fire on flaming roads
Using ideas as my maps
"We'll meet on edges, soon," said I
Proud 'neath heated brow.
Ah, but I was so much older then,
I'm younger than that now.”


Bob Dylan trancou-se num quarto de pensão e escreveu a canção em uma noite. Gravada numa madrugada fria de 1964, My Back Pages estabelece de maneira absolutamente excepcional a ruptura com as certezas da juventude e a recusa em ser o que as pessoas imaginam a seu respeito.

Em 1967 a canção recebeu novas matizes de cores na regravação dos Byrds para o álbum Younger Than Yesterday. Melodia perfeita, guitarras luminosas e irresistíveis harmonias vocais elevam My Back Pages à categoria suprema de arte.